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quarta-feira, setembro 03, 2014

Inauguração da nova Francisco Sanches

I - Uma exposição diferente para uma escola nova:


MODAS ANTIGAS NA NOVA ESCOLA FRANCISCO SANCHES
Para quê?

Para despertar mais conhecimento sobre o nosso tempo actual: somos diferentes daqueles que nos antecederam, temos outros recursos tecnológicos, acumulámos mais saberes: Como conseguimos isso?

Para educarmos o nosso sentido de pertença a uma nação, a um país, a uma região: temos valores patrimoniais, temos uma língua, temos uma cultura, reconhecemos em nós características que nos distinguem de outros e temos orgulho em «coisas» nossas.

Para conversarmos sobre o nosso desenvolvimento e o nosso progresso ao longo dos tempos: conservamos monumentos e documentos, histórias, trajes, cantigas, danças, imagens, uma lista infindável de objectos e de memórias, e queremos sempre «melhorar» as nossas condições de vida.

Para aprendermos técnicas e saberes, para fazermos por nossas próprias mãos, aumentando a nossa criatividade e a nossa autonomia.

A exposição etnográfica - «METADE DE NÓS» - propõe uma viagem de conhecimento a partir de duas peças do vestuário: a camisa de homem e o colete da mulher. Estas peças foram feitas com um elevado sentido artístico, dentro de uma tradição de vestir e de estar em sociedade. Hoje conservam-se e reproduzem-se não só para testemunharem a progressão e a mudança sociais, mas também para afirmarem uma identidade cultural regional.

O folclore é a sabedoria de um povo manifestada através de práticas de vestir, de falar, de cantar, de dançar e de viver que já não são dominantes na vida atual, mas que são inspiradoras de memórias, de valores e de situações de vida que se consideram muito significativas para a formação e a educação das novas gerações.

Aqui ficam algumas propostas para aguçar a curiosidade de ver esta exposição:   

Hoje vestimo-nos de modo mais «primitivo» ou de modo mais elaborado?
A T-shirt veio realizar todas as aspirações de uma camisa folclórica?
O boné e o «cap» herdaram a história do chapéu?
O que terá provocado a falta de uso do colete pelas mulheres?

Sabes bordar? Sabes cuidar de tua roupa?
Interessa-te pelo teu futuro e descobre melhor o teu passado.

Esta exposição foi concebida pela Associação Cultural e Festiva «Os Sinos da Sé», um grupo de pessoas que usa o formato de grupo folclórico para estudar e promover a cultura popular portuguesa ao longo dos tempos. Este grupo foi fundado na Escola Francisco Sanches no ano lectivo de 1978/79, tem a sua sede nesta Escola e alguns professores do Agrupamento e outros já aposentados fazem parte da associação. Para celebrar esta exposição foi feita uma T-shirt especial que se poderá adquirir na reprografia da Escola. Aproveita e participa nas iniciativas que esta exposição vai desenvolver.

A Associação Cultural e Festiva «Os Sinos da Sé» agradece ao senhor Director do Agrupamento de Escolas Dr. Francisco Sanches, professor Jorge Amado, a iniciativa desta exposição no espaço da Biblioteca da nova escola sede de 1 de Setembro a 15 de Outubro e agradece o trabalho de promoção da mesma à professora Adelaide Abreu e à equipa de informática.

Texto redigido por José Machado, elemento fundador e diretor artístico da Associação Cultural e Festiva «Os Sinos da Sé» e presidente do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas Dr. Francisco Sanches.


II - Um poema para a abertura do ano lectivo:

9 quadras – 9 argumentos –  9 conselhos – 9 lições

Se o que é velho tem a sua graça
E o que é novo parece sempre bem,
Então a escola agora tem mais raça
E lança-te o apelo a seres alguém

Que faz da novidade dos espaços
Projectos de melhor cidadania;
Que o novo acalenta os nossos passos
Se nós os renovarmos dia-a-dia.

A entrar e a sair seremos muitos,
Por salas, corredores, campos, serviços;
Com regras se resolvem os assuntos,
Direitos e deveres são compromissos.

A cada um compete a iniciativa
Do zelo, do cuidado, do respeito,
Por bens que a despesa colectiva
Gastou p’ra nosso mérito e proveito.

Os móveis e as paredes não conversam
(e elas têm ouvidos apurados):
Mais servirão os anos que atravessam
Quanto melhor se virem estimados.

O mesmo se dirá de toda a flora
Que envolve o território educativo:
P’ra boa imagem ser de quem cá mora
Requer olhar atento e interventivo.

Pilhérias! – dirão uns – Matéria espúria!
Lançado na voragem do consumo,
O novo será vítima da incúria,
Do vírus do desleixo e desarrumo!

Não! Eu creio que o novo é sedutor:
(Quem estreia coisa nova ganha alento)
É esta a própria essência do amor,
O novo é elixir do pensamento!

Do caos, eu suspeito por princípio!
O sujo, eu combato por missão!
A entropia existe desde início,
Mas a raiz do bem é o coração!

José Machado / Grupo 200 / Braga: ano lectivo 2014-2015